domingo, outubro 30, 2011

0134/2011 - um hat-trick e um terno

hoje vamos falar de duas expressões futebolísticas:
- hat trick
- terno
sobre o hat trick já tinha falado há mais de dois anos.
a minha opinião mantem-se a mesma, agora sustentada no ocorrido ontem em barcelona e londres.
em barcelona, messi marcou três golos consecutivos, um hat trick.
em londres, van persie marcou três golos interpolados, um terno (os espanhóis chamam-lhe triplete).
a palavra terno está ligada ao jogo, ao dominó e às cartas, por exemplo; quatro golos num jogo é um póquer; porque não adoptarmos, então, a carinhosa palavra terno para três golos não consecutivos e chamarmos hat trick, apenas, aos verdadeiros?

sexta-feira, outubro 28, 2011

0133/2011 - a realidade é circunscripta, a illusão é infinita

segunda-feira, outubro 24, 2011

0132/2011 - de gaibéus a avieiros por barrancos de invisuais





voltarei a falar do antónio, aqui.
antónio.
tó, tónito, "tunito", tóino, tónio...
raio de nome, raios de nomes, que lhe terão chamado.
antónio, foi.
alves redol, é.
antónio alves redol, um graffiti, uma estátua à espera de carta, um pampilho acarinhativo.
alves redol, antónio... um amigo (a)guardando um abraço.
ou melhor um homem de pé, sentado, a escrever.
um homem que sabe que os barrancos não são invisuais mas cegos.
um homem qua aperta (apertaria) as minhas calejadas mãos com a força dum guardador de sonhos e um sorriso tímido dum menino.
um homem, um menino, que pegaria na minha encharcada jaqueta, na minha saca de haveres, que encolheria os ombros, timidamente, assustado.
vieste ver-me (há quem diga: vieste-me ver?) diria sem pensar em verbos auxiliares.
estou encharcado, antónio (diria eu, envergonhado)
abraçar-me-ia (penso) achando-me um constantino
um constantino procurando mungir, palavras, sensações, sons, imagens... e tudo
um menino obrigado a ser homem.
um homem a sério, um homem sério.

domingo, outubro 23, 2011

0131/2011 - a sabedoria do rei salomão

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
in Eclesiastes

tempo de buscar, tempo de ganhar, tempo de definir e tempo de marcar golo

segunda-feira, outubro 17, 2011

0130/2011 - a minha terra, a nossa terra e a terra deles

conhecer.
conhecermo-nos.
conhecer a nossa terra, a minha terra.
conhecerem-nos.
conhecerem a nossa terra, a minha terra.
conhecerem, desconhecendo os estreitos caminhos e a periclitante ponte que liga a casta ao mundo.
há caminhos estreitos.
há quem os tente alargar... estreitando-os.

terça-feira, outubro 04, 2011

0129/2011 - porque hoje morreu cândido

amanhã, será feriado.
dia da implantação da república, dizem.
sou um gajo do campo, da terra.
na minha terra, na terra, as coisas boas, plantam-se ou semeiam-se.
na terra cimentada, acidentada, na cidade, o mal, implanta-se.
o povo trabalhador planta e a burguesia iluminada implanta.
há um tipo que foi nobel da literatura (este ano foi um poeta sueco que não está, sequer, traduzido em português) que escreveu um livro chamado: o ano da morte de ricardo reis.
tivesse ele tido, engenho, arte e premonição e teria escrito o livro que resumirá o nosso passado e o futuro que deixámos de almejar, enquanto povo: o dia da morte de cândido dos reis.
hoje é o dia em que cândido morreu (matou-se) consciente que já não podia matar a república que,  inconscientemente, ajudara a criar.
cândido morreu (matou-se) mas o monstro que ele ajudou a criar continua aqui, com ou sem bigode.
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio