domingo, agosto 28, 2011

0123/2011 - antes o touro da morte que tal sorte

antes o poço da morte que tal sorte, canta-nos sérgio: 
como no poço da morte
a gente gira contra ventos e marés
e tempestades e tornados
como os miúdos teimam
em ficar acordados
e lutam contra o sono
com os olhos arregalados
assim nós também p’ra lá da fadiga
giramos acordamos e dizemos:
eu tenho a morte toda p’ra dormir
nós temos a morte para dormir mas temos a vida para ficar acordados.
porque será que num portugal livre e democrático, não temos acesso a ver barrancos, a ver as festas de barrancos, a ver as pessoas que vivem e os touros que morrem...
cada vez mais, estes tempos, que vivemos, se assemelham à paz podre que se vivia, no princípio do séc. XX, a paz podre que conduziu ao cruel assassinato do senhor dom carlos, aos sanguinolentos anos da primeira república e aos sinistros e tenebrosos anos do estado novo, salazarento.
uma das primeiras medidas de salazar, o decreto 15.355,  de 14 de Abril de 1928, proibia os touros de morte.
o inefável, ex-militante, do mes [movimento de esquerda socialista], jorge sampaio, o bonacheirão, primeiro-ministro dialogante e pantanoso, antónio guterres, e o "quem se mete com o ps [partido socialista] leva", jorge coelho, cozinharam com o apoio e suporte logístico do partido comunista português (à época poder autárquico em barrancos) a lei da excepcionalidade.
é proibido matar touros,  excepto em barrancos, diz a lei.
diz a lei mas não no-lo mostram as televisões... e tanto que eu gostava deste espectáculo televisivo de final de agosto, os televisivos e oa animalescos (da associação animal) indignados; os barranquenhos na boa, bebericando vinho, comendo migas, sorvendo gaspacho, alheios ao mediatismo não solicitado.  
um post para meditarmos no que é (e porque é) notícia; no que não é (e porque não é) notícia.
um post, pretexto, para deixar um abraço solidário ao povo barranquenho, divirtam-se na fêra, camaradas, agora que vos deixaram em paz.

sábado, agosto 27, 2011

0122/2011- manuela azevedo, 100 anos

santarém, repito: santarém; assinala o centenário de manuela azevedo... a nossa manuela azevedo.

quinta-feira, agosto 18, 2011

0121/2011 - mourinho continua especial, a perder, a dar porrada

até ontem real madrid e barcelona tinham disputado quatro super taças de espanha, quatro vitórias do real madrid.
mourinho foi o primeiro treinador do real madrid a perder esta competição para o barcelona, é especial.
é especial pelo que as suas equipas não fazem no campo e pelo que faz fora do campo, lamentavelmente.

segunda-feira, agosto 08, 2011

0120/2011 - monArquias, grão-ducAdo, principAdo, rua do carmo e assim

rua do carmo, subindo o chiado, lembram-se?
agora seria, rua do carmo, descendo, chiando.
as fotografias são todas na rua do carmo, excepto a primeira, fica no lado esquerdo de quem a desce.
nós na república portuguesa, descemos, descemos.
outros optaram por não assassinarem reis, nem rainhas; nem príncipes, nem princesas; nem grão-duques, nem grão-duquesas...
há povos que não pensam em assassinar, concentram-se (concentradíssimos, sócio) em prosperar.
dinamarca, alemanha, holanda, noruega, suécia, suíça, áustria, finlândia, frança, reino unido, liechtenstein, luxemburgo, austrália, canadá, singapura e nova zelândia.
o que têm estes países em comum?
alemanha, suiça, áustria, finlândia, frança, singapura.
o que têm estes países em comum?
os outros dez têm em comum serem monarquias; quase todas as que existem no mundo.
por cá matamos reis e estamos no lixo, por lá trabalham...  

domingo, agosto 07, 2011

0119/2011 - do massacre em campolide ao massacre na noruega

As mãos de Caim, tingidas do sangue inocente do irmão, jamais serão lavadas. Mas outras mãos que vingassem o acto nefando ficariam eternamente mais sujas ainda. Sujas dum crime que de nada serviria à primeira vítima, e acrescentaria ao horror colectivo o pesadelo irremissível da sua própria crueldade. 
miguel torga
completam-se hoje três anos do massacre de campolide, um assassinato perpetrado pelo estado português.
ponto comum entre o mandante desse crime e o da noruega o facto de ambos se esconderem atrás dum avental de partir pedra.
o meu pensamento, neste dia, vai para nilson souza, brasileiro, assassinado com, apenas, trinta e dois anos de idade, a minha solidariedade vai, também, para as vítimas norueguesas, vítimas de um fanatismo assassinativo que não escolhe latitudes mas que, curiosamente, tem um ponto comum...
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio