domingo, setembro 30, 2007

1000 - obrigado, câmara municipal de constância

Obrigado, obrigado (lembram-se da personagem Amália composta pelo Herman noutros tempos?) apetece-me dizer, obviamente, Herman se queria imitar uma mulher deveria dizer: obrigada, obrigada (agradecida).
Ora bolas, passei tanto tempo a pensar no post mil e começo com críticas...
Isto é um post alegre.
Jubiloso.
Reparem na nova marca e logótipo, não a encontrareis aqui...
A fotografia é do humilde autor destas palavras e esteve a concurso, foi obtida nestas festinhas.
Sinto-me feliz, a minha câmara municipal abandonou uma imagem que simbolizava o encontro (de rios, de pessoas e tal) e substituiu-a por outra onde se destaca a TÂNCIA
O que significa aquela imagem (perguntais)?
Então?
Pois...
Fiz-me entender?
A Câmara Municipal de Constância será, provavelmente, a primeira câmara no país (quiça no mundo) a adaptar a sua (dela) imagem, aquilo que a torna mais conhecida no planeta.
Pronto.
Perguntais: é pá ó pedro atão o post mil é uma massagem no teu ego?
Meus amigos (e amigas) antes no ego (eu não acredito que escrevi isto).
Sinceramente... agradeço às pessoas que por, apenas, cinco mil euros, desenharam a nova imagem (se olharmos com atenção vemos um A, ah, A de quê?
A de alfa (ou de António) para os que começam (principiantes) falta o O de omega, de perfeição, de corpo (círculo) e alma (circunferência), o O de obviamente e de Oliveira.
Dizia... agradeço a quem se lembrou disto, o estilizou e disse:
Constância é santamargarida (assim mesmo, em letra pequenita, tudo junto, sou um gajo discreto, podeis alterar nos links...)

999 - novecentos e noventa e nove

O próximo será o post 1000.
Será um post de beijinhos (beijinhos?) e sorrisos ou de sangue (sangue?) e lágrimas?

998 - abruptamontes



Como gajo de esquerda que sou devia estar contente com a rebaldaria e com a bandalheira que se adivinha no partido das setas.
Não estou.
Gostaria de viver num país e num concelho onde existisse alternância democrática, encaganitam-me os quase quarenta anos (na república) e os mais de vinte (no concelho).
Assistimos de braços cruzados a uma tomada de poder por gente sem qualidade cujo único bem que possuem é um cartão partidário.
Fidelidades, infidelidades, punhaladas pelas costas e conversas sussuradas ao telefone.
Pessoas certas, nos lugares certos dizia-me o camarada Marques num comentário, pessoas como ele que teve de pegar na mulher de Montalvo e nele próprio (de Constância) e ir ganhar a vida entre os valões.
Olhe camarada, deixe-se ficar por aí, antes os seus valões que os nossos vilões.

997 - bala ao solo

Solo como sinónimo de terra, terra como sinónimo de essência.
Ontem assistimos não a uma bola atirada ao solo, vimos um oficial (pouco cavalheiro) disparar uma bala à essência do próprio futebol.
Futebol é uma palavra que resulta da cópula entre duas palavras inglesas que significam: pé e bola ... assistiremos a uma repetição do campeonato anterior decidido pelas mãos dos jogadores de campo e pelas sopradelas dos árbitros?
O santamargarida continuará a escrever sobre pontapé na borracha, quando me apetecer ... até que a voz me doa.
(imagem obtida através de copy, paint, paste deste jornal)
Adenda (10H45)
Porque foi Pedro Henriques escolhido para apitar este jogo?
Foi escolhido porque tinha passado com distinção no teste do Guadiana.

sexta-feira, setembro 28, 2007

996 - o centro das atenções

Utilizo quando necessário os postos públicos de internet julgo (tenho a certeza) que deveria existir algum respeito pela privacidade dos utilizadores.
No sítio onde escrevo estas palavras existem pelo menos quatro pessoas que as poderão estar a ler.
Ler as palermices que um blogger escreve não é problema (escrevo, precisamente, para ser lido) o mesmo já não digo quando efectuo operações de home banking ou quando leio e respondo a e-mails, aí mais que necessária, a privacidade é (deveria ser) obrigatória.
Seria tão fácil melhorar as condições, por vezes não são necessários grandes investimentos, apenas, bom-senso.

quarta-feira, setembro 26, 2007

995 - ai jesu(aldo)

Venha o seguinte...
Depois de ter sido afastado da Taça de Portugal (no estádio do dragão) pelo Atlético, de ter perdido a Super Taça para o Sporting, de ter empatado em casa com o Sporting e o Liverpool e de ter sido humilhado em Fátima, parece-me (a mim) que a margem de manobra é muito reduzida.
diz um adepto do Futebol Clube do Porto (via: Hoje há conquilhas ...)

terça-feira, setembro 25, 2007

994 - as quadras do meio


[e é o próprio sôr Zeca Afonso que vai cantar aqui]
O i o ai, disse-me um dia um
careca
o i o ai, quando uma cobra tem sede
o i o ai, corta-lhe logo a cabeça
encosta-a bem à parede

segunda-feira, setembro 24, 2007

993 - oliveiras eficientes

Reparem, um cartoon de Zé Oliveira, que descobri através do Daniel Oliveira e publicado pelo Pedro Oliveira.
Podia aproveitar para falar na acessibilidade ao edifício sede da junta de freguesia de Santa Margarida da Coutada, obviamente, o orçamento era fraco (gastaram-se milhares de euros) e não houve dinheiro para uma rampita, podia aproveitar para falar nisso, repito, mas, não o farei.

992 - cancro (doença incurável, o tanas)

Um blog (este blog) para além de servir para receptáculo de muita irrelevância, serve, também, para alertar para algumas coisas relevantes, julgo.
Já tinha falado de Terry, hoje vou divulgar uma outra corrida... uma corrida que quase um terço das mulheres tem de travar.
Um post que dedico a uma mulher que nos dois últimos anos passou algumas semanas no Instituto Português de Oncologia, que felizmente está bem (está viva).

991 - tu(fu)gir

Gosto de grupos que são a soma de individualidades e não de grupos que são um indivíduo. Um exemplo? Ninguém se preocupa com Baltemar Brito nem com Silvino Louro, será que não têm direito a ter vida própria? Não tinham filhos a estudar, também?
Uns tugem.
Outros fogem.

sábado, setembro 22, 2007

990 - porque sou monárquico

Defendo que neste período a monarquia seria mais representativa da nossa democracia.
Figuras como Mário Soares enfastiam-me, no entanto, parte significativa dos meus impostos, espalham-lhe a manteiga no pão e colocam-lhe café no leite.
Nas monarquias não existem ex-Reis a chular os contribuintes.
Pessoas como Francisco não estariam errados, afinal o homem partilhou a vida com a mulher que melhor encarreirou letras, palavras e frases, aquela que melhor se exprimiu em português.
Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva, etc., etc, etc, provavelmente, viverão durante mais tempo que esta senhora, nós, os nossos filhos e os nossos netos continuaremos a pagar-lhes os chorudos vencimentos, porque isso é democracia (lá diz a Fernanda Câncio).

989 - verdes prados, verdes campos (onde está minha paixão...)

Aquele post ali atrás em que falei do Frade foi como aqueles dias com muito vento que fazemos força para andar em frente, mas o vento contraria-nos, invisível, presente, empurrativo, deslocando-nos para trás, para os meninos que fomos, para os adolescentes que éramos ...

Conheço estas oliveiras como as linhas das mãos que teclam estas palavras, o meu caminho para a piscina, a minha pasteleira verde, a minha freguesia vista não de carro, nem no google earth, o meu mundo, andado, corrido e pedalado...

Escrevo e oiço Jacinta (na antena 1) a cantar Zeca, oiço e penso que a felicidade, talvez, não seja uma coisa tão complicada.

Provavelmente, seria fácil voltarmos atrás e pedalarmos sem lycras, nem capacetes, nadarmos sem piscinas excêntricas, jogarmos à bola sem pisos sintéticos e pavilhões do mais moderno do mundo, provavelmente se soubessemos poupar não teríamos de fazer birras por tudo e por nada.

988 - choramingas, menino da mamã e ingrato

Alguns leitores poderão pensar que isto de ser blogger é fácil.
Escrevem-se umas tretas, fazem-se uns links, alinhavam-se umas piadas e já está.
Um blogger é alguém que partilha a maneira como vê a realidade.
Esta mourinhice está a aborrecer-me, falamos de um operário especializado que não esteve à altura de cumprir aquilo que lhe foi pedido e foi despedido, o resto são tretas.
O ex-treinador do Chelsea quando foi contratado tinha acabado de vencer uma Champions (como ele diz) e no ano anterior ganhara a taça UEFA, na célebre final que provocou um êxodo dos políticos portugueses para Sevilha, uma final onde brilhou um jogador com sangue português (de Cabo Verde) nas veias.
Não lhe era pedido nada de extraordinário, apenas, que repetisse êxitos anteriores.
Falhou, a nível europeu foram anos perdidos para o clube com nome de filha (aqui numa pose tipo Monica, oppsss).
Este post nasce do facto de ser um gajo grato, o primeiro jogo de futebol que assisti no desaparecido estádio de Alvalade foi este. Graças ao meu amigo Frade (de Malpique) e ao carro que conduzia na altura (acho que não era turbo, mas, enfim)
Os vídeos anteriores recordam-me o grande capitão Manuel Fernandes, o mesmo que pegou em Mourinho pela mão e o levou a Alvalade para o apresentar a Bobby Robson, a quem serviria de tradutor.
Manuel Fernandes... Manuel Fernandes continua a derrotar o Benfica, continua a ser esquecido por meninos da mamã, por meninos ingratos que muito lhe devem e nada lhe reconhecem.

sexta-feira, setembro 21, 2007

987 - herói, heróis

O que é um herói?
O que são heróis?
No dia do meu aniversário o Ricardo colocou este post, ainda não lho agradecera (foi, obviamente, uma coincidência, mas como diria a arguida: não há).
Esperamos pelos heróis?
Ou não precisamos deles?

986 - china town ou china tautau?

A minha habilidade para desenhar é fantástica (habilis, portanto).
Este post não é sobre arte ... é sobre coisas previsíveis, cf. com este post de 2005, sobre historiadores que colhem ensinamentos no passado, sobre o direito a termos uma pele de cor diferente, uma língua esquisita, um cheiro a caril, sobre o direito a sermos gente...

985 - ó bb até o cavaco (prof.) o condecorou, pá

Há gajos (eu incluído) que escrevem artigos (posts) como se acabassem de descobrir a pólvora.
Fartei-me de rir (muito riso, pouco siso) quando li isto...
O mais engraçado é que existe um calhamaço [n.º de pág. 912, peso: 2670 g, dimensões 23x30,7 cm, organizado pela actual ministra da cultura] à venda por cinco euros e ninguém lhe pega.
Este livro faz, obviamente, parte da minha vastíssima biblioteca, não ando é para aí a alardear cultura, até porque ser-se condecorado pelo presidente da coisa não me parece um cartão de visita muito recomendável.

984 - esta vida são dois dias e o carnaval são três

Fernanda Câncio não será um nome muito conhecido dos leitores deste blog.
Ora, uma gaja que tem a coragem de escrever:
uma é a de que me parece que o regime monárquico em vigor no princípio do século xx podia ser visto como uma tirania — democracia é que decerto não era. matar o rei era matar um regime baseado na ideia de uma desigualdade fundamental entre os cidadãos. na essencia, o corpo do rei é o estado. matar o rei não é, pois, do ponto de vista político, matar uma pessoa, mas um regime, uma forma de estado.
Merece que lhe pergunte:
Cara Fernanda, como matar o rei não é, do ponto de vista político, matar uma pessoa mas sim matar o estado, podemos que considerar que fod** o primeiro-ministro, do ponto de vista político, é fod** o próprio estado?
(a vida íntima de cada um não me interessa nada, as ideias [ou falta delas] sim)

983 - son of a whore, een hoerenzoon numa boa

Não contem comigo para atirar pedras a Mourinho.
Não gosto de pessoas que quando um homem está no chão caído e humilhado ainda aproveitam para lhe atirar pedras e cuspir em cima.
Mourinho é um perdedor coleccionou desaires internacionais, o último dos quais na terça-feira passada. Estará na altura de recomeçar, de relançar a carreira, estes rapazes estão sem treinador...
Nesta altura queria, apenas, deixar um abraço solidário ao ex-treinador do Chelsea, não foi o primeiro treinador a ser despedido em virtude de péssimos resultados em campo (para se ser bom treinador não basta ter uma boa imagem televisiva) talvez colocando de lado a arrogância os resultados desportivos sejam melhores.

quinta-feira, setembro 20, 2007

982 - obrigado, telmo

Na goleada de hoje (ontem) há muito de Telmo Costa, treinador adjunto dos juniores, o gajo que como treinador do Real Massamá ensinou Nani a dar pontapés na borracha, santamargaridense, claro ...

quarta-feira, setembro 19, 2007

981 - monhés, ciganos, negros e engravatados

Estes são alguns dos rapazes que fundaram o clube que ostenta Portugal no nome. Podemos ver António e Francisco Stromp, José Roquette (conhecido como José Alvalade) e muitos outros, reparem no quarto a contar da direita na fila de cima, parece que saiu agora de prisão preventiva ao abrigo da nova lei, não é?
Foram estes meninos que construiram não o maior mas, provavelmente, o melhor clube do mundo...

980 - convite

O meu amigo Rui Lopes enviou-me este convite, com estas palavras: A Presidente da Junta de S. Miguel do Rio Torto, enviou-me este convite e disse para reencaminhar para quem quiser vir a S. Miguel neste dia.
Partilho-o (gosto disto: partilho-o, soa bem, não é?) com os meus leitores.

979 - mais um mártir para o panteão

Mais um para a ilustre casa, digo para o jardim das tormentas...

978 - obrigado, cristiano ronaldo

por seres como és, pelas atitudes que não tomas

terça-feira, setembro 18, 2007

977 - figo, figos


De figos gosto muito...
De figo, também...

976 - povo ou polvo?

Hoje ao ler o blog do meu amigo Tomás Vasques deparo-me com este post, obviamente, pensei: lá se vai a minha brilhante ideia.
O post citado pelo Tomás é anterior ao meu, a ideia é muito semelhante, bolas (diria), bolas (digo).
Hoje (ontem) atravessei parte do Ribatejo (a minha amiga nacional 118) se existem coisas no Ribatejo são tomates, tomates puxados por tractores a vinte e tal à hora (bolas).
Não plagiei (e tenho tomates para o admitir) mas fiquei triste por não ter produzido uma ideia original (sinto-me como o prof. Pardal ajudado pelo lampadinha).

segunda-feira, setembro 17, 2007

975 - jovem cigano esfaqueado, família ariana em fuga

Mãe cigana
Os factos referidos no post anterior foram estes:
1. Um jovem (ariano) de dezasseis anos esfaqueia um jovem (cigano) de dezoito anos com tal violência que o obriga a receber tratamento hospitalar
2. O jovem (ariano) foge do país, arrastando na fuga o irmão e os pais [fugir não será uma assunção de culpa?]
3. A última fuga mediática que tivemos, a doce fugitiva, regressou como presidente de câmara ... acontecerá o mesmo com o Rui?

Os ciganos são excluídos e incompreendidos, provavelmente, porque estão mais próximos da terra e do céu, da pedra, do ferro e não da faca eléctrica.
Para eles a família é importante...

Imagem original:
Viegas, Alberto e Silva, José João Sá e, Ciganos, Lisboa, Edições Colibri, 1993, p.40
a mesma notícia vista pelo olhar dum jornalista tramagalense

974 - xenofobia e exclusão




Não quero acreditar que na cidade que me viu nascer exista um jornal que escreve isto.
Provavelmente a culpa foi deste senhor... matou muitos, mas não matou todos.
(não quero acreditar que a imensa comunidade blogosférica abrantina não tenha uma opinião sobre o assunto)


973 - negro, verde e laranja

A importância que dou às cores é, basicamente, estética.
Neste blog o laranja não tem nenhuma conotação política. Há várias teorias sobre a utilização da cor laranja pelo partido do comentador de futebol de Poço de Boliqueime.
Gosto desta: era a cor dos autocarros da carris.
Gosto de laranjas colhidas no quintal de meus pais, gosto do sumo (de preferência acompanhado).

972 - a angústia do milénio

Aproxima-se o post 1000

sábado, setembro 15, 2007

971 - polvo que lavas no rio

Acabei de estender, pendurar a minha roupa, húmida, com cheiro a sabão azul, cinco camisas, sete ceroulas curtas (acho a palavra: cuecas, deselegante e não existe outra para designar o trapo que envergamos sob as calças), catorze peúgas negras e mais umas miudezas...
Uma semana em roupa lavada.
Lavar, lavarmo-nos, este semana assistimos a várias lavagens em directo, lavar a imagem, não no rio, na televisão.
Os jornais já não são lidos em voz alta nos barbeiros, nem nos cafés, hoje o que é importante passa, passa-se (daí a expressão: 'tou-me a passar) na televisão.
Em que ponto teremos trocado o aroma a urze pelo zurze?
Quando teremos deixado de ser um povo de partilha: era o vinho que me deste, água pura fruto agreste, para nos tornarmos num polvo que destila fel, julgando tudo e todos, olhando tanto para os outros, vendo-se tão pouco: Povo, povo, eu te pertenço...

quinta-feira, setembro 13, 2007

970 - um por todos e todos por um

Pepe e os restantes convocados, solidários:
Luiz Felipe Scolari é e será sempre para nós um hino à liderança, respeito e humanismo e tem o nosso apoio sempre e agora especialmente neste momento mais difícil, refere o texto da Parceiros da comunicação que cita os jogadores.
Os futebolistas recordam que é com orgulho que os jogadores da selecção nacional representam Portugal sob orientação de Luiz Felipe Scolari, o mesmo a que Portugal chama o seleccionador do Povo.
Vamos todos juntos defender o nosso lugar no Euro 2008, cumprindo o objectivo comum a todos, conclui o texto, assinado por Ricardo, Quim, Bosingwa, Paulo Ferreira, Miguel, Bruno Alves, Jorge Andrade, Fernando Meira, Pepe, Caneira, Petit, Raul Meireles, Maniche, João Moutinho, Tiago, Deco, Simão Sabrosa, Cristiano Ronaldo, Quaresma, Nani, Nuno Gomes, Hugo Almeida e Hélder Postiga.

quarta-feira, setembro 12, 2007

969 - cobra... cobrar

Fui cobrador da côngrua durante os meus anos de meninice, conhecia os velhotes e as velhotas da Portela de Santa Margarida como os carreiros de formigas no meu quintal.
Dar o papelinho e receber dinheiro começou muito cedo, seis, sete anos, lembro-me que nessa altura o meu exemplo de cobrador de quotas era o Sr. António Lopes, boina basca, sorriso permanente, piada fácil.
Como cobrador de quotas era, apenas, um menino curioso, ansioso por aprender, naqueles rostos com rugas, naqueles sorrisos doridos, se há coisas que recordo com os olhos húmidos são as carícias que recebi daquelas mãos sujas e calejadas... estuda menino para seres alguém (diziam-me) muitos deles (quase todos) estão sete palmos e meio debaixo da terra, nunca chegarei a ser metade do que foram...
Seja sério, mas não se leve muito a sério ... dizia Miguel Torga (Adolpho) para Ramalho Eanes.
Conheci muitas pessoas sérias (do meu, discutível, ponto de vista sobre aquilo que considero seriedade, obviamente) conheci pessoas sãs que se fingem doentes (chulando dinheiro ao estado) conheci empregados que recebem subsídios de desemprego (chulando dinheiro ao estado) conheço pessoas sempre prontas a atirar pedras, sem se olharem, sem pensarem naquilo que são, no que poderiam ser.
Escrevo e penso em Scolari é difícil ser-se mais que medíocre no meio da mediocridade.
Escrevo a saboreio a cobra (é uma experiência fantástica, o trabalho que aquela rapaziada indiana teve para soprar vidro em forma de elefantes e tal [a sério, 1€ +/- ] provem e digam-me...).
Amanhã (hoje) muita maralha encherá o peito para criticar, para criticar um estrangeiro que os fez pendurar bandeiritas republicanas nas janelas, para criticar um estrangeiro que os fez vestir camisolitas vermelhas e verdes, para criticar um estrangeiro que convocou um dos melhores jogadores que já deram pontapés na borracha de quinas do peito (sem bandolete) .
Obrigado, Scolari por seres como és, com todos os teus defeitos e qualidades, pronto a levantares os punhos para defenderes o menino Quaresma, prejudicando a tua carreira e o teu futuro...
Outros, cobrar-te-ão ... eu não.

968 - gajos


Gajos normais estão a mamar cerveja e a ver o pontapé na borracha.

967 - pela pátria marchar, lutar?, ó gaita (os gajos não sabem a ***** do hino)

A minha querida avó dizia muitas vezes:
Se aos mil chegarás dos dois mil não passarás...
Eu p' ra aí com quatro, cinco e seis anitos pensava... ano 2000, tenho quase trinta e três anos, que se **** se o mundo acabar nessa altura.
Querida avó, ainda bem que não acabou (o mundo, nem houve o bug, lembra(m)-se?) vale a pena ter quase quarenta anos (eu sei estou velho, como a medida universal) e assistir à forma convicta como um «popular» cantava, erradamente, o hino da coisa.
O meu Portugal canta, intimamente, o hino no olhar concentrado de Deco, o meu Portugal chora, convulsivamente, o hino no olhar sonhado do Sr. Dr. Rui Correia (médico veterinário), atleta dessa coisa elitista e abjecta, chamada: rugby (estou a ser irónico).

terça-feira, setembro 11, 2007

966 - patéticos e patetas

Não assisti à cantoria do hino republicano, mas assisti ao jogo.
Não sei se Nuno Ramos de Almeida é monárquico...
Sei que hoje o filho de um conhecido monárquico (Sousa Tavares) critica a selecção da bola oval pelo mesmo motivo.
Acabo de assistir ao vídeo, nada a apontar, gosto daqueles que sentem a bandeira, gostam dos que lutam, não gosto tanto (não gosto nada) dos que dizem mal, por dizer mal, não apontam caminhos, nem soluções.

domingo, setembro 09, 2007

965 - feixe (não facho)

O partido comunista acusa o engenheiro sócrates de fascismo, o bloco de esquerda que anda aos beijinhos com o partido da rosa ou da mão fechada (ou lá o que é) não gosta, obviamente.
Tem calma, Daniel ... há mais marés que marinheiros.

964 - regresso...

O regresso.
Regressar às aulas ou onde quer que seja.
Regressarmo-nos, regressar? eu nem cheguei a partir.
Férias? Férias são um luxo para quem se cansa muito.
Gajos como eu não têm férias, há colegas de baixa, outros têm os filhos e tal, as férias escolares, gajos como eu trabalham sempre... pescoço acorrentado mas pensamento livre.
Preparar um novo ano lectivo...
Sou fruto de uma História sem heróis, a democracia matou todos os heróis do estado novo e fala de história económica, na história socialista existe o povo, o operariado, não existe o culto da personalidade.
Na História que aprendi não existiam factos, nem datas, nem linhas de caminhos de ferro, muito menos pessoas.
Acreditei durante algum tempo nessa história, a História da conjuntura, dos ciclos e tal.
A História que me interessa hoje é uma História de pessoas, gajos e gajas que num determinado momento disseram: SIM ou NÃO.
Gajas e gajos como eu e como os leitores que comemos e bebemos, que fazemos có-có (Estaline e Hitler, também, faziam có-có).
Pessoas que carregavam o peso do corpo e das ideias, actuantes num determinado espaço e numa determinada circunstância ... vamos procurar olhá-los (eu e os meus meninos) não com os olhos de hoje, vamos tentar vê-los, lá, onde eles viveram, naquele espaço e naquele tempo, viajando a cavalo (porque não existiam aviões) enviando recados (porque não tinham telemóvel).

963 - ligar e lugar

Os romanos diriam: ligare e locale.
Ah e tal é a mesma coisa...
É?
Li, soa a oriental (Bruce Lee)
Lu, soa a verdade, soa a Luís
Isto era suposto ser um post sobre links, gostei daquela parte da enciclopédia do povo que diz: «Teria caído em desgraça, a ponto de ser desterrado para Constância. Não há, porém, o menor fundamento documental»
Como não há?
Perguntem ao Prof. Dr. Astrólogo Máximo Ferreira ou ao Prof. Dr. Astrólogo Nuno Crato que eles mostram bué de provas documentais sobre a presença de Camões em Constância
[Camões terá morrido em finais do séc. XVI, Constância nasceu no reinado de D. Maria II, segundo quartel do séc. XIX, personagens ilustres do séc. XXI dizem que o vate viveu lá (não sou eu que os vou contrariar, obviamente)]
Sobre links já tinha falado neste post
Só por curiosidade continuo linkado em todos, excepto no número 6. que já não existe.
Não faço links por várias razões:
1. por preguiça (é a principal)
2. porque não gosto do linca-me ma mim, linco-te ta ti
3. porque não me apetece ser responsabilizado pelas palermices que outros escrevem (consigo escrever palermices suficientes)
4. porque qualquer dia podia escrever isto
5. porque já tive fotografias efectuadas por mim, textos meus publicados no Abrupto
6. porque, normalmente, as observações pertinentes não são comentadas
7. porque estou aqui, mas, também aqui
9. porque sou um gajo de esquerda, monárquico, liberal, conservador e sem dívidas à banca, dificilmente sou enquadrável
10. porque não

No entanto, visitem o blog do meu ex-patrão blogosférico, colaborei com o João num blog que morreu na flor da idade e do qual, apenas, restam memórias.

sábado, setembro 08, 2007

962 - a marca dos campeões

Esperemos que a selecção da república consiga replicar.
Não será fácil. Na pátria do solidariedade enverga-se a marca dos campeões, a mesma que é vestida pelo campeão do mundo de selecções e pelo vencedor da última Liga Bwin e da Taça de Portugal.

961 - «rei-guebi»

Um desporto, realmente, importante.
Uma selecção amadora (que ama?) num campeonato profissional.
Azul e branco - Portugal

960 - abrasado como uma borboleta


Chegaram-me algumas manifestações de desagrado motivadas por este post
Então?
O homem nunca escondeu ao que vinha, provavelmente será necessário um estudo mais aprofundado da obra do vate.
Essas manifestações fizeram-me olhar a tão apregoada tolerância, respeito pelas minorias e tal sob uma nova perspectiva.

959 - maio, maduro maio

958 - bem mais do que penso

Banda sonora do post anterior, às vezes é bom partilhar...

957 - as águas que somos, a terra nossa

O nosso corpo é água, principalmente água.
Tal como a água talvez sejamos sólidos, líquidos e gasosos.
Tudo e nada.
Aquele pedaço de terra coberto de erva e salpicado de neve é o único pedaço de mundo a que posso chamar meu.
Frank Zappa terá dito: o comunismo não pode resultar porque as pessoas gostam de ser donas de coisas ... nesse sentido eu sou do mais comunista que há, detesto coleira amarela (ou de outra cor qualquer).
Não ser dono, não ter dono parece-me um bom projecto de vida.
A água, as águas ... o telhado de quatro águas (a minha escola primária) onde viviam, por cima, o Sr. Tavares a D. Lucinda e o Rui, onde, por baixo, aprendia a ler.
A casa dos meus antepassados que se adivinha por ali, um telhado de duas águas, um telhado de uma água, apenas.
Sólidos, líquidos e gasosos, uma, duas, quatro ou várias águas, de que água somos feitos *

Leitores, qual a pontuação que escolheriam para terminar o post :
1 - ?
2 - !
3 - .
4 - ...
5 - outro... qual?

quinta-feira, setembro 06, 2007

956 - isto é o diabo

A verdadeira conspiração...
Ganda nóia

quarta-feira, setembro 05, 2007

955 - gracias, cariño

España cae ante Croacia (85-84) y el viernes se medirá a Grecia en Madrid, Portugal se apura he ahora trigo limpio, fariña amparo, está en el papo... digo yo

954 - os progressistas de salgueiro maia


A Companhia de Cavalaria [CC] 3420, formada em Santa Margarida, passou a existir em 7 de Junho de 1971. No dia seguinte foi entregue o guião da Companhia pelo coronel de infantaria "Maçanita", comandante do Campo Militar de Santa Margarida. Neste mesmo dia receberam também os respectivos guiões o Batalhão de Cavalaria 3845 que seguiu, também, para a Guiné e a Companhia de Cavalaria 3377 que seguiu para Angola.
No dia 9 de Junho, pelas 02H00, o Batalhão e Companhias, seguiram por caminho de ferro para Lisboa, tendo a [CC] 3420 como destino, o Regimento de Cavalaria 7 onde ficou a aguardar embarque.
Em 4 de Julho pelas 11H00 a 3420 embarca no navio "Angra do Heroísmo", tendo chegado à Guiné pelas 16H00 do dia 9 de Junho de 1971 e desembarcado apenas no dia seguinte com destino ao Cumeré.
No dia 12 teve ínicio a I.A.O.[nota 1] a instrução decorreu na zona de Cumeré, Fanhe, Rossum e Chugué e terminou a 6 de Agosto, altura em que começa a contar o tempo de comissão.
No dia 21 de julho realizou-se no Cumeré o dia da Cavalaria, estando presente nas cerimónias o general Spínola.
A zona de acção entregue à [CC] 3420 foi a zona de Bula.
Zona plana, com vegetação aberta, com excepção das zonas de Ponta Matar, Choquemone e Bissauzinho, onde a vegetação é do tipo savana.
Os limites são: a norte o rio Cacheu e Armada, a sul o rio Mansôa, a este Inhamate e a oeste Có.
Os aglomerados populacionais da zona são: Binar, Bissum, Inhamate (Manga, Changué e Unche) Bula (Capunga, Pete, Ponta Consolação, Augusto Barros, João Landim e Mato Dingal).
As principais etnias são: Mancanhos e Balantas.
As tropas aquarteladas na zona são em Agosto de 1971:
Bula:
- Batalhão de Caçadores 2928;
- [CC] 3420
- Esquadrão de Reconhecimento Panhar 2641;
- Pelotão de Morteiros 2297;
- Pelotão de Artilharia 26
- Pelotão de Milícias 224
- Pelotão de Milícias 293
Binar:
- Companhia de Caçadores 17
- Pelotão de Milicias 291
Bissum:
- Companhia de Caçadores 2781
- Pelotão de Milicias 284.
Inhamate:
- Companhia de Artilharia 3330
Destacamentos de Capunga Pete e Ponta Consolação:
- Companhia de Caçadores 2789.
Destacamentos de João Landim, Mato Dingal e Augusto Barros:
- Companhia de Caçadores 2791
Missão da Companhia de Cavalaria 3420:
1. Garantir a segurança à construção da estrada Bula/Binar
2. Expulsar o IN [nota 2] das zonas de Ponta Matar, Dungor, Quijema, Jundum, Infaíde e Insumeté
3. Garantir a segurança afastada a Bissau, impedido que o IN ocupe as Penínsulas de Ponta Augusto Barros, João Landim, Ponta Consolação, Pache, Unche e Manga (donde é possível atacar Bissau com foguetão)
4. Executar alguns reordenamentos, beneficiando populações que se encontram isoladas, transferindo-as para zonas populacionais
5. Assegurar a defesa das populações e evitar acções terroristas
6. Garantir o funcionamento dos postos escolares militares
7. Impedir ao IN o acesso ao chão Manjaco (Teixeira Pinto), impedindo a sua passagem , a partir de Bissum sobre as cambanças do Rio Armada, Rio Inquida e rio Bipo e, a partir de Bula ao longo da transversal Ponta S. Vicente/Bula/João Landim, sobre as cambanças do Rio Bipo e Rio Ponate e, na região de Ponta Matar, Uasse, Blom e Polaco
8. Implantar campos de minas a fim de limitar a capacidade de manobra do IN
9. Proceder ao recenseamento das populações e controlar os seus movimentos, evitando assim acções terroristas em especial em Bula
IN (inimigo)
Na zona de Bula encontra-se instalado mais ou menos em permanência em duas zonas: Choquemone e Ponta Matar e, o seu efectivo é em cada uma delas de cerca de 60 homens.
Em cada grupo existe em geral:
- 1 morteiro 60;
- lança granadas RPG-2 e RPG-7
- todos os elementos armados de espingardas automáticas Kalashnikov.
As flagelações a Bula são dirigidas em geral do Choquemone onde o IN também dispõe de foguetão 122 e morteiro 82.
Em Ponta Matar o IN é chefiado por Tonga Iala.
A estrada alcatroada Bula/São Vicente encontra-se minada do lado direito entre o Km 4 e 13 tendo o IN que fazer a passagem a sul ou a norte do campo de minas e em zona onde em geral há sempre tropa emboscada. O IN monta em geral emboscadas às NT [nota 3] nos locais de passagem obrigatória, nos estreitamentos das entradas: em Biura para entrada em Ponta Matar e em Dungor para entrada no Choquemone.
O IN tenta reabastecer-se de mantimentos, nas tabancas de Capunga, Pete, Ponta Consolação, Augusto Barros e Mato Dingal
O IN é bastante agressivo na Zona, em especial sempre que se fazem operações a Ponta Matar e Choquemone, havendo sempre contactos de 3 a 5mA [CC] 3420 chega a sua zona de acção em 11 de Agosto de 1971 e a 12 inicia a sua actividade operacional com alguns patrulhamentos nos arredores de Bula.
A 15 faz uma protecção à coluna de Bula para Binar; é accionada uma mina anti-carro por uma viatura da engenharia.
A 22 e feita uma operação a Ponta Matar (Operação Bailarino), a nível de companhia. O 2º e 4º pelotões ficam emboscados mas foram atacados, por cerca de 10 elementos IN. As NT sofrem 2 feridos sendo um deles evacuado para o Hospital Militar de Bissau.
A 24 realiza-se nova operação (operação Bailarino II),[nota 4] a Ponta Matar. De novo o 2º e 4º pelotões sofrem um ataque em linha por cerca de 20 elementos IN. As NT sofrem 2 feridos e o IN 2 mortos confirmados e 3 feridos. A 5 de Setembro a [CC] 3420 actua a nível de companhia no Choquemone (Operação Bridão).
A 13 actua a 3 pelotões em Ponta Matar. As NT sofrem 2 feridos, sendo um deles o comandante de companhia, capitão Salgueiro Maia. [nota 5]
A 4 de Outubro, segue para Nhamate o 4º pelotão donde regressa a 9. A 19 a companhia actua a 3 pelotões na Operação Rumo Direito. Nesta data segue para Nhamate o 3º Pelotão donde regressa a 24.
A 26 foram iniciados os trabalhos para implantação de um campo de minas com duas fiadas ao Km 14 da estrada Bula/São Vicente, perpendicular à estrada (do lado esquerdo) e em direcção a Ponate.
Uma equipe era formada pelo alferes Matos da Companhia de Caçadores. 2790; furriel Matos da [CC] 3420 e furriel Barbosa da Companhia de Caçadores 3328.
Outra equipe era formada pelo alferes Mendonça da [CC] 3420, furriel Afonso da [CC] 3420 e furriel Pereira da Companhia de Caçadores 3328.
No dia 27 foram montadas 80 minas portuguesas (A.P de fragmentação)e 240 italianas (Encrier-de sopro); no dia 28 foram montadas 34 portuguesas e 102 italianas.A 10, 14, 21 de Dezembro a 3420 actua a nível de companhia na protecção à estrada Bula/Binar (operação Agarra Vadios I, II e III).
Ao longo de Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro, a companhia actuou a nível de 1 ou 2 pelotões nas seguintes Zonas: Ticache, Canal da Bazuka, Rio Dugal, Blom, Placo-Biogate, Badapal, Bissauzinho, Uasse-Blom, Estrada S. Vicente e Estrada Bula/Có.
Em 28 de Dezembro, na protecção à construção da estrada Bula/Binar o soldado do 3º pelotão Veríssimo dos Santos acciona uma mina anti-pessoal ficando sem uma perna e ferindo, também, com gravidade o soldado do mesmo pelotão, António José Nunes.
Em 10 de janeiro de 1972, o IN flagelou de Badapal, a tabanca Mancanha de Bula com 5 granadas de Morteiro 82.
Em 22 de Madelife o IN efectuou flagelação aos trabalhos de construção da estrada Bula/Binar, na região da Placa com 5 granadas de morteiro 82.
Nesta mesma data em Jundum,(Choquemone), o pelotão de milícias Balantas (Canas) teve contacto com o IN sofrendo 1 ferido.
Em 22 de Abril, o 1º pelotão da [CC] 3420 teve contacto com um grupo IN, estimado em cerca de 30 elementos que escoltavam um chefe de sector.
Posteriormente pelas 23 horas, teve contacto com um grupo de Balantas que tinha ido roubar vacas ao Senegal.
O IN sofreu 1 ferido confirmado, 1 capturado, captura de vários artigos e captura de 2 vacas.
A companhia continua a fazer emboscadas e patrulhamentos a nível de 1 ou 2 pelotões até a ida para Mansoa em 4 de Maio de 1972, nas zonas de Blom; Uasse; Canal Bazuka; Ponta Fortuna e estrada Bula/São Vicente. A 4 de Maio de 1972 a [CC] 3420, a 3 pelotões fez a sua deslocação para Mansoa em coluna de 21 viaturas, onde ficou de reforço ao Batalhão de Caçadores 3832, para dar protecção à constrção da estrada Bula/Bissorã.
O 1º pelotão da companhia seguiu para reforço do Cacheu (COP-1).
Mansoa: terreno bastante arborizado, plano e dividido por bolanhas [nota 6] que comunicam com os rios Mansoa e Geba.
A zona é definida a Norte pelo Pontão, Alto Namedão e Insotão; a Sul Mansoa; a Este Damé-Cubonge; a Oeste pelas antigas povoações de Claquiala e Uanquelin. Os principais aglomerados populacionais são: Mansoa, Infandre; Braia;Cussaná; Jugudul; Rossum; Bindouro; Porto Gole e Bissá.
As estradas alcatroadas existem nos eixos Mansoa/Mansadá; Mansoa/Bissau e Mansoa/Bissorã em construção
O IN encotra-se instalado em permanência na Zona de Morés; Querée Sara. As tabancas de Infandre, Braia e Bindouro, colaboram com o IN fornecendo-lhes comida.
Depois da acção das NT sobre o Morés, o IN chefiado por Nino Vieira, reune cerca de 150 manjacos [nota 7] com vista a actuar sobre os aquartelamentos da Zona de Mansoa e Estrada Bula Binar.
A população da zona de Mansoa e essencialmente Balanta, Mandinga, Mancanha e Fula.
Em Mansoa encontra-se aquartelada a Companhia de Caçadores 15; Companhia de Caçadores 3305; CCS [nota 8] do Batalhão 3832; 1 pelotão de Obus 14; 1 pelotão de Morteiros; 1 pelotão de Daimlers [nota 9] e 3 pelotões de Milícias.
De 4 de Maio de 1972 a 9 de Julho, os 3 pelotões da [CC] 3420 fazem segurança próxima e afastada à construção da estrada Mansoa/Bissorã em Queré; Infandre; Inquida e Uanquelim.
Em 26 de Junho Mansoa é atacada durante 35 minutos com foguetão, canhão sem recuo e Morteiro 82. Como resultado do ataque, há a registar 3 feridos graves e 2 feridos ligeiros nos militares e 1 morto, 4 feridos graves e 14 ligeiros entre a população.
Os pelotões da [CC] 3420 regressam a sua zona de origem( Bula), a 9 de Julho de 1972.
O 3º pelotão vai para o destacamento de Capunga, o 4º para Ponta Consolação e o 2º para Pete.

Em 9 de Julho de 1972, a [CC] 3420 regressa à sua zona de origem (Bula), com excepção do 1º Pelotão que se mantem destacado no Cacheu. Os restantes pelotões, ocupam os destacamentos de Capunga (3º), Pete (4º e serviços) e Ponta consolação (2º). Este em 7 de Dezembro, desloca-se para João Landim, ficando a ocupar Ponta Consolação o Pelotão de Milícias 341.
A 8 de Dezembro, regressa do Cacheu o 1º Pelotão que vai ocupar o Destacamento de Mato Dingal. Nesta mesma data o Pelotão de Milícias 319, passa a ocupar o destacamento de Augusto Barros.
Ao longo de todo o tempo que a 3420 ocupou os destacamentos , entre 9 de Julho de 1972 e 22 e 23 de Maio de 1973, uma secção de cada um deles emboscou nas zonas de: Badi, Cambame, Ponta Umbrum, Ponta Conselho; Ponta Consolação, Ponta Augusto Barros e Ponta Joaquim Mendes. A Companhia é rendida pela [CC] 8353. Assim, o último pelotão da 3420, regressa a Bula em 23 de Maio de 1973.
A 23 de Maio, é entregue à Companhia de Cavalaria 8353 todo o material e, após o jantar, a Companhia 3420 forma em Bula para uma breve alocução do comandante do Batalhão. A companhia com a comissão terminada , vai regressar ao Cumeré (que o PAIGC dizia, nos seus programas de rádio, ser a sua futura Univesidade), onde fica a aguardar embarque para a Metrópole.Mas, cerca das 22 horas, é recebida uma mensagem dizendo que a [CC] 3420 deveria seguir para DA (Depósito Adidos) em Bissau, a fim de ser novamente rearmada e seguir com outras Companhias para a Zona mais crítica da Guiné (Guidage). [nota 10]

A [CC] 3420 aguarda em Bissau o regresso à metrópole, o que se veio a verificar em 2 de Outubro de 1973 num avião do TAM (Transportes Aéreos Militares). Enquanto permaneceu em Bissau, a 3420 garantiu a segurança a descargas do navio Niassa, rusgas em tabancas de Bissau, Piquetes, segurança próxima durante a visita do Ministro do Ultramar (de 21 a 25 de Julho de 1973). Em 28 de Julho a [CC] 3420 seguiu para Farim dando escolta a 28 viaturas de reabastecimento, regressando no mesmo dia a Bissau.
Durante o restante tempo de permanência em Bissau a 3420 fez a Defesa Periférica de Bissau (Arame Farpado), Protecção às portas da rede de Bissau e manteve-se de Prevenção
A 17 de Agosto a 3420 volta a fazer protecção a nova coluna para Farim desta vez apenas a 3 pelotões.
Resultados obtidos pela [CC] 3420 sobre o IN ao longo da Comissão:
- 4 mortos, 5 feridos e 1 ferido capturado.
Pessoal Inimigo capturado: 2 elementos da população de Capunga, responsáveis por acções de terrorismo em Bula; 2 elementos da população de Capunga, responsáveis por ligações do inimigo com Bula e 2 elementos da população de Pete responsáveis pela ligação do inimigo com Bissau.
Material Capturado: 18 granadas RPG2 , 1 mina anti pessoal; 2 minas para accionamento eléctico com retardamento, 100 munições 7,62 e diversas peças de equipamento e fardamento
Feridos da Companhia em combate:
01. Fonseca Fernandes
02. Amândio Marques Simão
03. Carlos Alberto Matos Loureiro
04. Manuel Carrega doas Reis
05. Capitão Salgueiro Maia (que se recusou a ser evacuado e disse: enquanto puder vou com os meus homens
06. Fernando Farinha:
07. Armando Mancasso
08. Joaquim Ferreira
09. Francisco Godinho Simões
10. António José Nunes
11. Manuel Veríssimo dos Santos (este o mais grave de todos pois accionou uma mina ficando sem uma perna)
Louvores da Companhia:
1- Pelo Comandante Chefe por ter feito partes da forças de protecção a construção da estrada Bula/Binar
2- Pelo Comandante Chefe por ter feito parte das forças na protecção a construção da estrada Mansoa/Bissorã
3- Louvor dado a [CC] 3420, numa alocução do general Spínola, quando em Julho de 1973 se deslocou ao Depósito de Adidos.
4- Louvor atribuído pelo Comando Militar da Guiné.

Este foi um breve resumo da história da Companhia de Cavalaria 3420 "OS PROGRESSISTAS", que tiveram a sorte de ter sido comandados por um Homem como Salgueiro Maia, que esteve sempre presente nos bons e maus momentos, participando sempre neles e que só com a sua disciplina conseguiu que a Companhia não tivesse mortos ao longo de toda a sua Comissão, apesar de momentos bem críticos porque a mesma companhia passou.
nota 01 - instrução de aperfeiçoamento operacional
nota 02 - abreviatura de inimigo, pouco mais de anos depois destes acontecimentos quando cumpri o serviço militar obrigatório, o in eram as tropas do pacto de varsóvia, pouco depois deu-se a queda do muro...
nota 03 - nossas tropas
nota 04 - presumo que fosse o nome da operação, presunção, apenas
nota 05 - se Salgueiro Maia tivesse morrido a 13 de Setembro de 1972 que 25 de Abril teríamos tido?
nota 06 - espécie de lagoas
nota 07 - uma das etnias da Guiné
nota 08 - companhia de comando e serviços, «os manga de alpaca» da tropa
nota 09 - auto-metralhadoras alemãs
nota 10 - Guidaje na grafia oficial, cf. com Amado, Leopoldo
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Sei que a História se faz destas histórias, um grande abraço para José Afonso e para um camarada de José que foi/é progressista e que tenho a honra e o prazer de ser meu aluno (como se eu tivesse algo para lhe ensinar).
A imagem foi retirada daqui...
Quando as bandeiras se trocam...
Esta parte da história não foi, propositadamente, incluída. Leiam no original e comentem, julgo que o autor gostará.
Este post resulta do trabalho e das memórias de José Afonso, limitei-me a rever o texto, a alterar o grafismo e a juntar as notas, porque memoriar é preciso...

953 - só neste país

O senhor da imagem será uma pantomimeiro ou um pantomineiro?

segunda-feira, setembro 03, 2007

952 - camões e a placa cor-de-rosa


Muito antes de outros vestirem de cor-de-rosa já o poeta tinha uma plaquinha debruada daquela cor e com uma rosinha no canto superior direito.
Gajo que é gajo não veste cor-de-rosa nem tem plaquinhas às flores, digo eu.

domingo, setembro 02, 2007

951 - não gosto de «vençer» assim

... estavas a fazer uma óptima exibição, , não merecias ser expulso
... não consegues marcar, capitão, paciência, pá
... és um bom árbitro, sabes distinguir um atraso deliberado com a bola dominada de uma disputa de bola (o outro não soube e voaram dois pontos)

950 - camões a ver estrelas


A homossexualidade de Camões é hoje um tema pacífico e aceite entre os estudiosos da temática.
«Amor é fogo que arde sem se ver» poderia fazer um comentário brejeiro e espirituoso, tipo:
Ai não vês não, estás de costas [obviamente, não o farei]
Muitos versos de Camões apontam nesse sentido, o que seriam «os erros meus» que refere?
«Melhor é exprimentá-lo que julgá-lo
Mas julgue-o quem não pode exprimentá-lo»
Obviamente, não sou juiz e sou acima de tudo um liberal, na política e nos costumes.
A sexualidade de Luiz não me interessa nada, interessa-me sim que esse conhecimento não seja capitalizado para efeitos turísticos.
Aproveitar as infra-estruturas existentes e potenciar a primeira astrofesta gay a nível planetário
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio